quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Velha Casa de Verão

Sinto a porta abrir
Como casa onde moro
Entro
Olho as paredes vazias
Onde outrora estavam fotos de colegas e amigos
De todos os que por ali passaram

Em criança, todos tínhamos o nosso refugio, o nosso esconderijo
Era o quarto de hospedes de todas as recordações
De todas as manhãs
Pernoitavam eternamente, completava-nos quando nos sentíamos vazios

Era a casa de verão
E todos os dias, recebia visitas
Ao som do rio, recebia a leve brisa fresca das serras
Que fazia silvar pacificamente a nogueira
Certamente nos vira a todos por lá passar

Tantas vozes que ainda ecoam nas paredes da casa
Risos eufóricos
Gargalhadas incontroláveis
A presença de todos os fieis viajantes da vida
Nas suas memórias, acredito que ainda estejam
Solitárias
As caras daqueles que o tempo não levou

E em paz
Naquela casa
Dormem livres
Para sempre...


"No me hubieras dejado esa noche,
porque esa misma noche encontré un amor"




De: André Brandão

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