terça-feira, 6 de outubro de 2009

Quando a chama se apaga

Era de alma negra
Turva como o céu em dia de chuva
Mas era minha!

Era calma como a agua da lagoa
Alegre e sorridente, espírito vivo
Mas era minha!

Dois rumos distintos
Que nunca foram feitos para se cruzar
Mas não era coincidência
Era uma aventura num livro sem titulo, sem capitulo

Uma caminhada no coração alheio
Alguém que, por acaso, cai nas nossas mãos
E acaba por fazer parte de nós


Nada foi coincidência
Nunca poderia ter sido



De: André Brandão

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

"Não tem nome"

Sou a paz isolada, no meio do nada
Escondido do futuro, impiedoso e duro
Sou o impossível, fraco e sensível
A cada passo, frio e escasso

Sou uma teoria, que outrora reconhecia
A frágil solidez, entre a riqueza e a escassez
Sou âncora do passado, ainda mal parado
Um velho farol iluminado pelo sol

Vindo do nada, levado por tudo
Conquistado pela coragem
Domado pela miragem

De todo o silêncio mudo
Vivo reflectido num espelho
Meu rosto, sério e velho.


De: André Brandão

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Alguém que o mundo nunca conheceu

Sim.
Sim, quero ser.
Não tenciono viver por viver.
Se tenho vida, tenho algo.
E algo infinito.
Algo em que acredito.
Embora não sinta nada,
Vejo tudo.
E tudo desejo ser.
Conhecer.
Percorrer.
Sem saber porquê.
Não necessito de uma razão.
Pois não tenho nada a perder.
Nada tive, nada ganhei com a vida.
E não foi a teimosia.
Não foi o desespero por algo.
Por alguém.
Fui eu...
Alguém que o mundo nunca conheceu.


De: André Brandão

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Sonho surreal

Corre-me o sonho pela cabeça.
A minha voz dissipa-se no escuro,
As minhas mãos congelam
O meu coração bate pela última vez...

Vejo-me a correr contra mim mesmo
A subir um rio, rumo à nascente
Entre estas pedras e areia...ainda me lembro
O sorriso promissor de toda aquela gente.

São como folhas de papel em branco
Prestes a citar o próprio destino
Ocupando os seus lugares nos corações dos mais próximos
E no meu, todos escrevem o seu verso.

Neste sonho surreal,
Onde vos posso ver e rever todos juntos,
Percebi que a companhia ideal,
É a daqueles com quem percorremos mundos!


De: André Brandão

terça-feira, 12 de maio de 2009

Porque me disseram...

...que um dia irei deixar de respirar.
Que ser rico não é ter dinheiro. É ter amigos. E com eles, felicidade.
Que ter alma, não é estar vivo. É sentir a vida.
Pois, eu não sou da mesma opinião.
O meu melhor amigo é a solidão. E tenho dias tão felizes como os vossos.
E posso não ter alma, mas sinto-me tão vivo como vocês!

Não deixar que nada fique por dizer, pois quando damos pela falta de alguém e já não lhe podemos dirigir a palavra, sentimo-nos vazios. Tão vazios...


De: André Brandão

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Sempre pensei ser melhor...

Uma longa jornada com destino nenhum,
Um labirinto de palavras diferentes,
Poesias erráticas, sem designio algum,
Uma noite que cai em sons estridentes.


De: André Brandão

quinta-feira, 26 de março de 2009

Sonhos não nêm forma

Eras a marezia e eu pintava-te do parapeito da janela.
Eras o nevoeiro matinal.
Eras tudo o que tinha na minha tela
Gotas de água que brilhavam como cristal.

Tentei desenhar uma nuvem
Tentei ver-te nela
Era uma nuvem sem forma
Um espelho que não reflectia

Acordei tarde para o trabalho
Larguei a ilusão e lavei a cara
Levantei a cabeça e olhei em frente...

Afinal, ainda te consigo ver no espelho...
Afinal, ainda não acordei.


De: André Brandão

sexta-feira, 20 de março de 2009

Dias das nossas vidas

Como ficam os quartos quando saímos?
Como ficam as velas quando se apagam?

O que fizeram das pessoas que me costumavam pegar ao colo?
Onde foram todos aqueles rostos curiosos, sorrisos falsos, omitindo a realidade da vida?
Iremos ver amanha o mesmo céu de hoje?
Por que é que temos o mesmo destino, mas seguimos sempre caminhos opostos?
Haverá espaço para todos os momentos de hoje, assim como há espaço para os de ontem?
Chega pedir "por favor", quando somos atraiçoados pela dor?
Que mais haverá para dizer, quando o pensamento falecer em fadiga?

Trouxe comigo uma vida
Mas não a ouso usar
Apenas espero sentado
Que a morte a venha buscar

Li paginas e paginas do meu pensamento
Mas parei a olhar no último capitulo
A vermelho cor de sangue o titulo:
"Minha vida é apenas vento".


De: André Brandão