domingo, 29 de junho de 2008

Fim Esporádico

Saído de um pesadelo quase perfeito, de uma constante luta pelo dominio do próprio coração, uma briga infantil de à uns anos atrás.
Nasceu uma alma nova. Um ser vitreo e puro como um botão de rosa negra. Uns chamam-lhe o início, pois eu chamo-lhe o fim. O fim do início e de tudo o que de natural tinha e usufruiu. Sempre o puxaram para baixo, sempre lhe deram razões para desistir, embora verdadeiras, as razões nunca o assustaram nem o chamaram à atenção. Tinha um objectivo em mente e era tão forte o desejo de o concretizar como se vive-se numa auto-estrada sem desvios nem atalhos. Não caía nos erros fúteis de mentira e traição. Seguia uma luz igual à sua. Residía no centro do peito e só por vontade própria, a luz podia iluminar o percurso nocturno que era viver num sonho desfocado com memórias perdidas e recordações soltas do que fôra outrora uma vida. Uma prova de força e coragem em simultâneo. Tinha ideia de ser vista por entre o desespero dos outros, as lamentações excessivas do quão importante era para elas o orgulho e ambição de ter valor sem sentir prazer, o prazer da satisfação pessoal, pois não precisava de saber que era reconhecido como tal, por tal feito, mas sim saber que a luta é infinita e que não foi em vão o esforço e dedicação neste jogo das escondidas que é a vida.

De: André Brandão

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